A vida como ela é se tornou árdua demais, a fim de suportá-la recorremos a medicalização. Vivemos uma patologização da vida psíquica, a ideia que se propaga é a de que as dores da vida devem ser eliminadas. Observa-se na sociedade contemporânea uma busca desenfreada pelo tratamento farmacológico como único modo de enfrentar as diversas manifestações da dor de viver.
A longa lista de sintomas divulgados convida a população ao autodiagnostico, e isso tem como efeito um aumento expressivo no número de pessoas que chegam aos consultórios psiquiátricos. Será que a crescente demanda nos consultórios médicos revela um aumento de casos ou um aperfeiçoamento dos métodos diagnósticos? Que buscam enquadrar nossas dores em sintomas.
O fato é que o aumento de diagnósticos de depressão e ansiedade Continue lendo “A medicalização da dor de existir”
O que eu ganho com isso?
Quando algo não vai bem em nossa vida a primeira coisa a se fazer é tomar uma atitude para que a situação melhore, certo? Nem sempre.
Sabe aquela situação de sofrimento com qual você luta contra, mas não consegue se livrar?
Para cada situação/comportamento/sintoma que causa sofrimento e mesmo assim mantemos em nossa vida existe um ganho por trás. A princípio isso pode parecer sem lógica, mas é assim que a mente funciona. Mais sem logica ainda seria permanecer em uma condição ruim sem ganhar nada em troca.
O ganho secundário pode ser o responsável pelo funcionamento sabotador, que Continue lendo “O que eu ganho com isso?”
Um equívoco sobre a psicanálise
Mais do que uma ‘jornada pelo autoconhecimento’ com a consequente imputação de nossas limitações aos traumas passados, a psicoterapia é o reconhecimento de que eu sou responsável pela minha história.
Há um equívoco que muitas pessoas cometem sobre a psicanálise e as psicoterapias orientadas por ela: trata-se de pensar que o objetivo de uma análise é descobrir uma verdade oculta no nosso inconsciente, que supostamente determina nosso modo de ser, e que, ao descobri-la, nos libertamos de nossos sintomas. Essa crença é equivocada por várias razões, sendo a primeira delas a de que essa “catarse” não acontece necessariamente, isto é, não é porque descobrimos alguma questão inconsciente que imediatamente estamos livres dos sintomas determinados por ela. Continue lendo “Um equívoco sobre a psicanálise”
Precisamos viver o luto para não vivermos em luto
Durante o luto, tudo dói. Há dias em que é quase insuportável permanecermos em nós mesmos. O enlutado vive uma realidade paralela, enquanto o mundo ao seu redor segue. Imerso no luto, parece injusto que a vida siga seu rumo lá fora como se um coração não tivesse parado de bater. Os carros seguem passando, pessoas tomam café na padaria, há um lançamento de filme, alguém procurando um sapato novo. Tudo tão incoerente diante da dor lancinante.
Manifestações de luto constrangem e questionam uma cultura que supervaloriza o que é relativo à felicidade. Nessa situação, um dos aspectos mais importantes é Continue lendo “Precisamos viver o luto para não vivermos em luto”
Vergonha, culpa e expectativa x realidade
Vergonha e Culpa possuem pontos em comum e divergem em alguns aspectos. Ambas são sentimentos que envolvem questões morais, éticas, valores sociais e regras; servem como reguladores sociais do comportamento humano. Os dois conceitos se relacionam com os conceitos psicanalíticos de narcisismo, Ideal de Ego e Superego. A violação das exigências do Superego resulta em culpa e o não atendimento aos padrões do Ideal de Ego leva à vergonha.
VERGONHA
A vergonha é um sentimento Continue lendo “Vergonha, culpa e expectativa x realidade”
Ciúmes doentio
O ciúmes é um tema que sempre vem a tona quando o assunto é relacionamento afetivo, o ciúmes é uma emoção humana extremamente comum, dependendo do contexto e da intensidade. Ele é desencadeado por sensações de ameaça a uma relação estimada, tal reação visa eliminar os riscos de perder a pessoa amada.
O ciúmes normal é transitório, pautado por dados reais, enquanto o patológico é infundado, desproporcional, leva à distorção da percepção da realidade e deturpa a interpretação dos fatos.
No ciúme patológico o amor do outro é Continue lendo “Ciúmes doentio”
QUANDO AS DORES EMOCIONAIS AFETAM O CORPO
Você sabia que as dores sentidas no corpo nem sempre estão relacionadas com problemas físicos? Essa íntima ligação entre mente e corpo não é novidade. Diversos estudos comprovam que as emoções afetam nossa saúde física.
Psicossomatização (psico = mente; sómatos = corpo)
O corpo reage aos estímulos da mente e essa reação afeta nossa saúde. Basicamente falando, a tensão, a ansiedade e o estresse aumentam a atividade nervosa do nosso cérebro, aumentando a produção de algumas substâncias, o corpo irá responder ao desiquilíbrio, e os sintomas começarão a aparecer. No entanto dizer que toda e qualquer dor física se origina de causas emocionais é um grande equivoco. Para que um sintoma seja considerado como psicossomático é necessário que haja sintomas físicos não justificados pela medicina. Continue lendo “QUANDO AS DORES EMOCIONAIS AFETAM O CORPO”
INSEGURANÇA
A insegurança é algo inerente ao ser humano, em certo nível é saudável e útil, pois envia um sinal de que a pessoa deve encontrar meios de enfrentar uma situação. A insegurança é uma das expressões do medo, e sentir medo é importante já que a falta dele nos deixa desprotegidos em situações de perigo. Nesses casos, a insegurança tem um efeito protetor, Continue lendo “INSEGURANÇA”