A vida como ela é se tornou árdua demais, a fim de suportá-la recorremos a medicalização. Vivemos uma patologização da vida psíquica, a ideia que se propaga é a de que as dores da vida devem ser eliminadas. Observa-se na sociedade contemporânea uma busca desenfreada pelo tratamento farmacológico como único modo de enfrentar as diversas manifestações da dor de viver.
A longa lista de sintomas divulgados convida a população ao autodiagnostico, e isso tem como efeito um aumento expressivo no número de pessoas que chegam aos consultórios psiquiátricos. Será que a crescente demanda nos consultórios médicos revela um aumento de casos ou um aperfeiçoamento dos métodos diagnósticos? Que buscam enquadrar nossas dores em sintomas.
O fato é que o aumento de diagnósticos de depressão e ansiedade Continue lendo “A medicalização da dor de existir”
Sonhos: revelação do inconsciente
De todas as características dos sonhos a mais interessante é o seu sentido. Os sonhos são o reflexo do nosso mundo mental e nenhum sonho é por acaso. Ao sonhar nosso verdadeiro ser se manifesta e podemos entrar em contato com o que somos e com o que desejamos.
A obra A Interpretação de Sonhos, publicada em 1899, é conhecida como o mais importante estudo psicanalítico de Freud. Na impressão consta a data de 1900, pois ele queria que sua descoberta fosse associada ao início de um novo século. Nessa obra Freud escreveu: “O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente”. Um sonho não analisado era para Freud como uma carta fechada. Suas teorias causaram uma revolução no estudo da mente.
O sonho da maneira como o lembramos é, na verdade, um substituto disfarçado dos conteúdos inconscientes. O que sonhamos nunca é o que parece ser, mas sim algo distorcido, que para ser compreendido precisa ser decifrado.
O sonho possui dois componentes: O conteúdo manifesto e o conteúdo latente. O primeiro é Continue lendo “Sonhos: revelação do inconsciente”
Nossas solidões
“Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma; és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre”
Fernando Pessoa (Fragmentos de uma autobiografia, 2011, p.245).
A palavra solidão nomeia um estado que não é sentido da mesma forma por todas as pessoas. Para alguns a solidão é o decreto dos travesseiros pesados, das tristezas profundas, do vazio sem palavras. Buscam fugir dela, pois é sentida como intolerável e desesperadora. Já para outros a solidão é um estado desejado, planejam os momentos em que enfim conseguirão ficar a só, para usufruir plenamente de pequenos prazeres como ouvir música, ler um bom livro, fruir da beleza, ter compreensões íntimas.
Freud ao longo de todo o seu desenvolvimento teórico irá afirmar a intensa dependência que um ser humano possui de outro, para sobreviver e se desenvolver. Ele formula a compreensão de que o desamparo seria uma condição fundadora do ser humano, pois só é possível se humanizar na relação com outro. Somos vulneráveis ao desejo, à vontade e ao olhar de outro. O que ocorre é que muitas vezes essa dependência se torna tão grande que anulamos nosso próprio desejo, nossas vontades e nosso olhar em prol de outras pessoas. Ficamos alienados de nós mesmos, não sabendo nomear sozinhos o que nos faz sofrer. Assim, em momentos de solidão somos tomados pela angústia, quando aquilo que está oculto em nós (que negamos em prol do outro) pode irromper (Freud, 1926/1993).
Ficar sozinho não é fácil, pois, impõe a companhia de si mesmo. Essa angústia ou a tristeza da solidão não advém somente do estado de estar só, mas das Continue lendo “Nossas solidões”
O que eu ganho com isso?
Quando algo não vai bem em nossa vida a primeira coisa a se fazer é tomar uma atitude para que a situação melhore, certo? Nem sempre.
Sabe aquela situação de sofrimento com qual você luta contra, mas não consegue se livrar?
Para cada situação/comportamento/sintoma que causa sofrimento e mesmo assim mantemos em nossa vida existe um ganho por trás. A princípio isso pode parecer sem lógica, mas é assim que a mente funciona. Mais sem logica ainda seria permanecer em uma condição ruim sem ganhar nada em troca.
O ganho secundário pode ser o responsável pelo funcionamento sabotador, que Continue lendo “O que eu ganho com isso?”
OS DOIS LADOS DA ANSIEDADE
Antes de qualquer coisa é necessário esclarecer que a ansiedade é uma reação natural, funciona como uma espécie de alarme que o corpo emite com a intenção de nos colocar em alerta diante de um perigo real, logo a ansiedade nos motiva a tomar providências para afastar ou pelo menos reduzir o perigo; condição inerente ao ser humano. Continue lendo “OS DOIS LADOS DA ANSIEDADE”
INSEGURANÇA
A insegurança é algo inerente ao ser humano, em certo nível é saudável e útil, pois envia um sinal de que a pessoa deve encontrar meios de enfrentar uma situação. A insegurança é uma das expressões do medo, e sentir medo é importante já que a falta dele nos deixa desprotegidos em situações de perigo. Nesses casos, a insegurança tem um efeito protetor, Continue lendo “INSEGURANÇA”