A dependência emocional é uma condição que afeta a possibilidade de relacionamentos saudáveis. Um dependente emocional acredita que precisa de alguém para se sentir feliz e amado, por conta disso geralmente necessita da atenção e presença constante da pessoa da qual depende. Sua vida é estruturada em torno de alguém e imaginar-se sozinho é praticamente impossível.
Sente que se dedica muito ao relacionamento, por isso acaba exigindo o mesmo do parceiro, quando sente que não recebe a mesma atenção em troca se indigna com a “ingratidão”. O dependente frequentemente responsabiliza alguém por sua infelicidade.
Em alguns casos, principalmente no início de uma relação, a pessoa pode até gostar da dependência do companheiro e enxergar como uma demonstração de afeto. Porém com o passar do tempo o que era visto como afeto passa a ser visto como exagero, e o parceiro se sente sufocado.
Em um relacionamento baseado na dependência emocional é comum a anulação em prol do outro, em geral o dependente possui autoestima baixa e medo constante de ser abandonado ou trocado por alguém mais interessante.
A dependência faz com que a pessoa não consiga se sentir segura para assumir responsabilidades, nem mesmo as mais simples, pois fica refém da opinião dos outros.
Tomar uma decisão sozinha pode ser muito difícil, mesmo que seja algo relacionado ao próprio gosto pessoal, como a forma de se vestir por exemplo.
Um dependente emocional pode se submeter a qualquer tipo de relação por medo de ficar sozinho ou de perder o atual parceiro. Com isso, é comum se verem em relacionamentos abusivos e humilhantes, no qual toleram inclusive agressões físicas e verbais.
Um relacionamento fracassado nem sempre chega ao fim, muitas vezes o casal sustenta por anos ou pela vida toda uma relação insatisfatória. E mesmo quando chega ao fim, a pessoa que sofre de dependência emocional muito provavelmente logo se envolverá em outras relações do mesmo tipo, pois sente a necessidade de procurar alguém para suprir sua carência; esse é o seu padrão de relacionamento.
Os eventos do passado tem relevância na vida de hoje, portanto a dependência emocional pode estar ligada a vivências da infância. Quando os responsáveis superprotegem as crianças ou fazem todas as tarefas por elas, deixam de promover a independência.
Pais que costumam tomar decisões pelos filhos, bloqueando sua liberdade de escolha, podem passar sem perceber a mensagem de que o filho não é capaz de decidir ou realizar coisas por si mesmo.
A chantagem emocional é outro fator importante, muitas vezes o dependente emocional foi “ensinado” que só será amado enquanto satisfizer as expectativas das pessoas importantes para ele.
Na fase adulta, a criança interior do dependente pode transferir para outra pessoa (cônjuge) a responsabilidade de cuidar dela.
Há casos ainda em que a dependência se origina do sentimento de rejeição, real ou imaginário, por parte de pessoas importantes de nossas vidas, como a perda de um ente querido, por morte ou abandono.
Ao se sentir rejeitada a pessoa passa a viver em função do outro, buscando maneiras de agradar e de se sentir aceita, na tentativa de evitar novos abandonos.
É muito comum relacionamento de dependência emocional entre casais, mas também encontramos pessoas dependentes de amigos e familiares.
Ao invés da pessoa transferir os cuidados para o parceiro como vimos acima, há casos em que a pessoa continua sob a influência dos pais, ou vive em prol do grupo de amigos.
Precisamos de atenção, carinho e afeto, é sempre bom ter com quem contar, mas não conseguir realizar nada sozinho e necessitar do outro para se sentir bem não é saudável.
Toda relação tem desentendimentos, é importante deixar claro que nem toda crise de ciúmes ou dificuldade na relação é um caso de dependência emocional. Há uma grande diferença entre o sentimento saudável e o destrutivo. Uma relação sadia é sustentada por pessoas inteiras que estabelecem trocas equivalentes.
A dependência emocional causa desequilíbrio em qualquer tipo de relação. O primeiro passo para a mudança é o reconhecimento. Nem sempre é fácil realizar essa mudança sozinho, e é aí que entra a terapia.
Um profissional irá auxiliar na exploração dos conteúdos internos que levaram ao atual padrão de relacionamento, possibilitando que você encontre estratégias para mudar o modo de se relacionar.
A partir do momento em que se estabelecem os princípios que queremos que sejam respeitados em nós, e na medida em que reconhecemos e aceitamos nossas próprias limitações, capacidades e qualidades, não aceitamos mais qualquer forma de relação e passamos a buscar alguém que nos reconheça e valorize pelo o que somos.
Amanda Garcia Kreyci CRP 06/130484
Atenção: As informações contidas neste site têm caráter informativo. Não substituem o processo de psicoterapia e não devem ser utilizadas para realizar auto-diagnóstico.
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